A
história do processo de escolha democrática de dirigentes escolares começa no
Brasil na década de 60. Foi então que, no movimento da democratização,
principalmente com a eleição direta tornou-se uma das importantes bandeiras da
educação, e pela qual não foi incorporada, como outras (pelo menos em parte),
nas legislações principais (Constituição e LDB). É por essa razão também que a história da eleição
direta para diretores é marcada por constantes avanços e retrocessos,
dependendo da vontade política de dirigentes, para se aparar em leis estaduais
e municipais.
Na
Gestão Democrática o dirigente da escola só pode ser escolhido depois da
elaboração de seu (PPP) Projeto Político -Pedagógico. A comunidade que o eleger votará
naquele que, na sua avaliação, melhor pode contribuir para implementação do mesmo. O diretor é escolhido pela eleição, que se
baseia na vontade da comunidade escolar, por voto direto, e representativo.
Essa é a maneira que mais favorece o debate democrático na escola, o
compromisso e a sensibilidade política por parte do diretor, além de permitir a
cobrança e a corresponsabilidade de toda a comunidade escolar que participou do
processo de escolha.
Elementos básicos da Gestão Democrática
Os
elementos básicos da Gestão Democrática podem se apresentar de várias maneiras,
na esfera escolar, as principais são: na constituição e atuação do Conselho Deliberativo da
Comunidade Escolar (CDCE); na elaboração do Projeto Político
Pedagógico ( PPP), de modo
coletivo e participativo; na definição e fiscalização da verba da escola pela
comunidade escolar; na divulgação e transparência na prestação de contas; na
avaliação institucional da escola, professores, dirigentes, estudantes, equipe
técnica; na eleição direta para
diretor(a);Vamos entender cada uma dessas representações.
CONSELHO DELIBERATIVO DA
COMUNIDADE ESCOLAR
O Conselho Deliberativo da comunidade Escolar
(CDCE) como é conhecido aqui no Mato Grosso (MT) o conselho de classe é um colegiado com membros de todos os segmentos da comunidade escolar
com a função de gerir coletivamente a escola. Com suporte na LDB,
lei nº 9394/96 no Artigo 14, que trata dos princípios da Gestão Democrática no
inciso II – "participação das comunidades escolar e local em conselhos
escolares ou equivalentes", esses conselhos devem ser implementados para
se ter uma gestão democrática. Os Conselhos Escolares podem servir somente para discutir problemas
burocráticos, ser compostos apenas por professores e diretor(a), como um
‘Conselho de Classe’, mas se estiver dentro dos princípios da Gestão Democrática
esse Conselho terá
que discutir politicamente os problemas reais da escola e do lugar que ela está
inserida com a participação de todos os sujeitos do processo.
Natureza e atribuições
e normas de funcionamento do Conselho Deliberativo da comunidade Escolar:
Deve ser deliberativa, consultiva, normativa e fiscalizadora,elaborar seu regimento interno; elaborar,
aprovar, acompanhar e avaliar o projeto político-pedagógico; criar e garantir
mecanismos de participação efetiva e democrática da comunidade escolar; definir
e aprovar o plano de aplicação financeiros da escola; participar de outras
instâncias democráticas.
O Conselho Deliberativo da comunidade
Escolar deverá se reunir periodicamente, conforme a necessidade da escola, para
encaminhar e dar continuidade aos trabalhos aos quais se propôs; a função do
membro do CDCE não será remunerada; serão válidas as deliberações tomadas por
metade mais um dos votos dos presentes da reunião.
E é Composto por: Todos os
segmentos existentes na comunidade escolar deverão estar representados no CDCE,
assegurada a paridade (número igual de representantes por segmento); o diretor
é membro nato do conselho.
Processo
de escolha dos membros: A eleição dos membros e suplentes
deverá ser feita na unidade escolar, por votação direta, secreta e facultativa. A presidência do
Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar: Qualquer membro efetivo do
conselho poderá ser eleito seu presidente, desde que esteja em pleno gozo de
sua capacidade civil.
Critérios
de participação: Participam do Conselho com direito a voz e
voto todos os membros eleitos que são professores, funcionários, alunos e pais ou responsáveis dos alunos, e a duração do Mandato é de dois
anos, com direito à recondução.
PROJETO POLÍTICO
PEDAGÓGICO
(PPP)
(PPP)
Para
que se tenha êxito em fazer um Projeto Político- Pedagógico (PPP), é preciso contar com a participação
da comunidade, e para que sua implementação esteja presente na realidade
escolar, algumas características fundamentais não pode ser esquecida como :
- Objetivos que deseja alcançar, metas a cumprir e sonhos a realizar.
Ao juntar essas dimensões, o PPP ganha a força de um guia - aquele
que indica a direção a seguir não apenas para gestores e professores mas
também funcionários, alunos e famílias. Ele precisa ser completo o
suficiente para não deixar dúvidas sobre essa rota e flexível o bastante
para se adaptar às necessidades de aprendizagem dos alunos. Por isso,
dizem os especialistas, a sua elaboração precisa contemplar os seguintes
tópicos:
Por ter tantas informações relevantes, o PPP se configura numa
ferramenta de planejamento e avaliação que você e todos os membros das
equipes gestora e pedagógica devem consultar a cada tomada de decisão.
Portanto, se o projeto de sua escola está engavetado, desatualizado ou
inacabado, é hora de mobilizar esforços para resgatá-lo e repensá-lo .
"O PPP se torna um documento vivo e eficiente na medida em que serve de
parâmetro para discutir referências, experiências e ações de curto,
médio e longo prazos", diz Paulo Roberto Padilha, diretor do Instituto
Paulo Freire, em São Paulo.
Avaliação Institucional da Escola
Avaliação institucional é uma ferramenta
indispensável no contexto organizacional nas instituições escolares, tanto
pública quanto privada,e é através desta avaliação que o IDEB( Indice de Desenvolvimento da Educação Básica) é avaliado.
Eleições Direta para Diretor(a)
É através desse processo, que a vontade da comunidade escolar vai prevalecer, pois é uma escolha feita através do voto direto, e toda a comunidade escolar pode participar deste processo de escolha.
O
diretor desempenha um papel fundamental na gestão democrática, pois ele pode
dificultar ou facilitar a implantação de procedimentos participativos. De
acordo com Luck (2001), em algumas gestões escolares participativa, os diretores
dedicam uma grande parte do tempo na capacitação de profissionais, no desenvolvimento de um sistema de
acompanhamento escolar e em experiências pedagógicas baseadas na reflexão-ação. Atualmente,
as escolas necessitam de gestores capazes de trabalhar e facilitar a resolução
de problemas em grupo, que exerça um trabalho de equipe com os professores e
colegas, ajudando-os a identificar suas necessidades de capacitação, para que
possam adquirir as habilidades necessárias para a uma formação de qualidade. Devem ser capazes de ouvir o queos outros têm a dizer, delegando autoridade e dividindo o poder.
É
ao diretor que todos os componentes da equipe levam suas idéias, seus desejos e os
seus problemas, daí a necessidade de ser uma pessoa aberta ao diálogo, firme,
calma, capaz de encorajar nas horas de desânimo e de estimular nos momentos de
entusiasmo, porém com prudência.
Para
que se tenha, de fato, uma gestão participativa, a comunidade deve estar
comprometida com a proposta da escola, pois poderão estimular o gestor no desenvolvimento
de um melhor processo de aprendizagem,
o encorajando a enfrentar os desafios cotidianos com esperança e persistência,
tornando a escola num lugar prazeroso. Dessa forma, todos os atores da
instituição serão capazes de desenvolver o gosto pelo conhecimento e
aprendizagem.
Conforme
Luck (2001), os diretores participativos baseiam-se no conceito da autoridade
compartilhada, cujo poder é delegado aos representantes da comunidade escolar e
as responsabilidades são assumidas por todos.
Ao
falarmos em gestão democrática estamos propondo uma educação com um relevante
valor social, ou seja, uma escola construída a partir de uma ação coletiva,
cujo objetivo maior é formar cidadãos participativos, responsáveis e honestos.
Para maior entendimento vejamos um vídeo que aborda justamente sobre GESTÃO DEMOCRÁTICA.
ELEIÇÕES DE DIRETOR(A) EM MT
Aqui em MT a Secretaria de Estado de Educação é que faz o processo eleitoral para escolha de diretores das escola da rede pública estadual. Alunos, professores e pais da rede estadual
de educação farão a escolha de diretores que é para os biênios( este ano tem eleição, bienios 20014/2015). É realizado pela Superintendência de Gestão Escolar da Seduc um Ciclo de Estudos para capacitar sobre o processo
eleitoral os assessores pedagógicos e representantes dos municípios onde
não há assessoria. Estes profissionais serão orientados sobre a
realização das etapas do referido processo, bem como para o cumprimento
da Portaria nº. 340/2007 GS/Seduc-MT.
Sempre nestes casos os
assessores pedagógicos são os multiplicadores para capacitar os
candidatos à direção das escolas e orientarão os novos conselheiros que
comporão os Conselhos Deliberativos envolvidos com o processo
eleitoral”.
Os
candidatos são orientados sobre suas atribuições e devem apresentar
um plano de trabalho à comunidade, levando em conta os dados do Índice
de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), do Plano de
Desenvolvimento da Educação (PDE) e do Projeto Político Pedagógico
(PPP). “Esses dados são essenciais para a formulação de metas e
objetivos a serem alcançados.
A
eleição para diretor das unidades escolares faz parte do processo de
Gestão Democrática, garantido na Constituição Federal de 1988, da Lei
Federal nº. 9394/1996-LDB. Em Mato Grosso,
a Gestão Democrática teve início em 1.998, com a aprovação da Lei Nº.
7.040. Desde então os diretores passaram a ser escolhidos de forma
democrática pela comunidade escolar.
Para candidatar-se à função de diretor alguns critérios foram estabelecidos. O profissional da Educação
Básica pode ser efetivo ou estável; ter dois anos de trabalho
ininterruptos na escola que pretende administrar; ser habilitado em
nível de Licenciatura Plena ou Curta e participar do Ciclo de Estudos a
serem organizados nos municípios pelas assessorias pedagógicas.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, n. 9.394, de 20
de dezembro de 1996. Acessado em 16 de abril de 2009. Disponível em: http://portal.mec.gov.br.
BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação a
Distância. Salto para o Futuro: Construindo uma escola cidadã, projeto
político-pedagógico. Brasília: SEED, 1998. ISBN
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Disponível em: < www.pedagocia.brasilescola.com/gestão-educacional/gestao-democratica.htm>
Acesso em: 19/07/08.
DRABACH, Neila Pedrotti; MOUSQUER, Maria Elizabete Londero. Dos primeiros
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em: 02 mar. 2010.
LÜCK, Heloísa. et.al. A escola participativa: o trabalho do gestor
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VIEIRA, Sofia Lerche. Educação básica: política e gestão da escola.
Fortaleza: Liber Livro, 2008, p. 172 - 214 (Coleção formar)
VIEIRA, Sofia Lerche. Educação e gestão: extraindo significados da base
legal. In. CEARÁ. SEDUC. Novos Paradigmas de gestão escolar. Fortaleza:
Edições SEDUC, 2005, p. 7 – 20.
Wikipedia. Gestão Democrática. Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Gestão_democrática>.
Acessado em: 23 Maio 2013.
www.youtube.com/watch?v=Zn_hRSknp-c
Trabalho postado pelas alunas do 3º semestre da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR).